Para acalmar a crítica, a tática é prometer e ganhar tempo. O prefeito Aidan Ravin (PTB) veio a público em maio de 2010 e garantiu que o local seria reformado, espalhou outdoors pela cidade, mas a obra não saiu do papel. Recentemente, o chefe do Executivo falou em proposta europeia para transformar o Brunão em arena multiuso, mas o que se vê ao passar pelo local é a prova física do descaso com que vem sendo tratado o esporte andreense.
Muro da vergonha
O muro que impede o Santo André de estrear em casa no Paulista da Série A-2 será erguido a partir de segunda-feira - data limite para a diretoria confirmar o jogo do dia 28, contra o Palmeiras B. Ontem, a Prefeitura assumiu que vai efetuar a obra em tempo para que o Estádio Bruno Daniel seja liberado e possa receber o jogo.
Assim como todo assunto que envolve o esporte na cidade, a construção da divisória - que vai separar o setor interditado das áreas comuns da praça esportiva - virou novela. Na terça-feira, funcionários públicos retiraram os tapumes e apararam as ferragens nas rampas laterais do Brunão.
Na quarta e quinta, porém, quando esperava-se que retornassem para erguer a contenção, ninguém apareceu. A Prefeitura se calou, a diretoria do clube ficou apreensiva e chegou a anunciar até que assumiria a obra para não ter que transferir o mando de jogo.
Ontem, porém, houve a reviravolta. A Secretaria de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo respondeu às solicitações do Diário e confirmou que a construção começa na segunda.
"A Prefeitura informa que está buscando forma de dar continuidade às obras no Estádio Municipal Bruno José Daniel, de maneira a atender às exigências do Superior Tribunal de Justiça Desportiva e da Federação Paulista de Futebol, visando a liberação do espaço para a disputa do Paulista da Série A-2. A Prefeitura de Santo André informa, ainda, que a construção dos muros exigidos pela FPF será retomada na próxima segunda-feira", diz a nota.
Segundo o administrador do estádio Ronaldo Musial, tudo não passou de mal-entendido. "Em nenhum momento a Prefeitura disse que não faria a obra. Só não iniciamos antes por questão de remanejamento de material e mão de obra. Mas antes do jogo estará tudo pronto", concluiu.
O termo Muro da vergonha é usado informalmente para descrever muros ou muralhas que envergonham os seus construtores ou que são projetados para envergonhar outrem. São muros construídos para impedir ou dificultar a passagem de pessoas entre países ou regiões caracterizadas por desequilíbrios de algum tipo: econômico, militar, ideológico, etc.
Nenhum comentário:
Postar um comentário