sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Neste mato tem coelho Aidan: MP quer quebrar sigilo de vítima do roubo na Sosp

O Ministério Público de Santo André analisa quebrar sigilos bancário e telefônico do empresário Alberto Jorge Filho, proprietário da construtora São José, vítima de roubo no estacionamento que fica nas dependências da Secretaria de Obras de Santo André. O pedido de intervenção dos passos do construtor por meio de Justiça pode se concretizar na semana que vem. A intenção do MP é encontrar pistas que possam levar ao relacionamento de Jorge Filho com o titular da Pasta, Alberto Casalinho.
A contradição entre o empresário e o secretário fez com que a promotoria estude a quebra de sigilo. Em entrevista ao Diário, em julho, Casalinho disse que não conhecia Jorge Filho, mas o construtor admitiu que mantém contato constante com ele, inclusive que conversou "centenas de vezes" na tentativa de desembaraçar o empreendimento imobiliário e comercial na Avenida Industrial, 780, no qual sua empresa está envolvida. O próprio empresário havia prometido fornecer as informações financeiras e telefônicas em 15 dias, entretanto, não cumpriu com o combinado.

Quatro testemunhas concederam depoimento ontem no MP, sendo três motoristas e um funcionário do estacionamento Multipark. Entre as declarações, uma chamou a atenção: a que deu origem sobre o valor de R$ 70 mil. Um dos motoristas declarou que um colega de trabalho ouviu da própria vítima que havia a quantia na mala roubada. O empresário, porém, afirmou, em depoimento, que dentro da valise continha de R$ 2.000 a R$ 3.000 para despesas pessoais do dia e um laptop. Mais de dez funcionários ouvidos sustentaram que o comentário era de que o roubo envolveu R$ 70 mil.

Outra informação adicional levantada ontem diz respeito a Land Rover que entrou no estacionamento oito dias depois do ocorrido, com dois seguranças e um motorista. Segundo funcionário da Multipark, eles estavam de terno e se portavam como profissionais do ramo, portando rádio, observando atentamente o movimento fora do estacionamento. Para a Promotoria, com a declaração, ficou provada a circunstância comprometedora, talvez com condução de dinheiro dentro do veículo, uma vez que o empresário disse que o automóvel, pertencente a seu sócio, foi apenas pegar um projeto de contrapartida com o secretário. A Land Rover ficou cerca de dez minutos na garagem.

O MP ratificou que recebeu na segunda-feira cópia da gravação com as imagens do assalto, ocorrido dia 13 de junho, que estavam de posse de Casalinho. No entanto, ainda não foi feita apreciação do material. Segundo o MP, o advogado particular do secretário de Obras, Paulo Silas Castro de Oliveira, juntou procuração para acompanhar os depoimentos, só que foi indeferido, tendo em vista que não há, no momento, abertura do processo - o procedimento só seria possível após eventual denúncia civil.

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