terça-feira, 3 de abril de 2012

Aidan emprega um monte de parentes na Prefeitura de Santo André

Prefeito diz ter consultado legislação sobre nepotismo antes de empregar familiares

O prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB), tem pelo menos seis parentes que trabalham na Prefeitura com salários que variam de R$ 5 mil a R$ 11,5 mil. O prefeito diz que antes de fazer as contratações consultou a legislação para saber se a medida não se enquadraria na lei do nepotismo, que proíbe a contratação de parentes de políticos em cargos no poder público.

O secretário de Administração e Modernização, Milton Barreiro, é o que tem o maior salário: R$ 11,5 mil. Ele é primo de Lourdes Ravin, mãe do prefeito Aidan.  Barreiro está no cargo desde o início do governo.
Júlio Gomez Sanches Júnior, primo do prefeito Aidan, responsável pelo almoxarifado, é coordenador técnico, contratado pela Fundação ABC. Júlio é primo do chefe do Executivo e, no ano passado, se envolveu em confusão que acabou na delegacia, com registro de BO (Boletim de Ocorrência). O primo do chefe do Executivo brigou com Carlos e Marcos Pinheiro, ambos irmãos do vereador Luiz Carlos Pinheiro, o Pinheirinho (DEM), demitidos da Prefeitura no último mês.

Com um salário de R$ 6,8 mil, Silvia Fernandes Sanches, prima de Aidan, exerce o cargo de diretora do Sabina Escola Parque do Conhecimento. Silvia quer acompanhar os passos de Aidan e seguir carreira política. A prima do prefeito pretende disputar uma vaga na Câmara nas eleições. Caso o projeto se confirme e tenha o aval de Aidan, vai se desincompatibilizar da função até o fim desta semana, conforme determina a legislação eleitoral.

Ana Verônica Dias Osawa, assistente de projetos especiais, contratada através da Fundação ABC para trabalhar no Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), é concunhada do prefeito. Na lista dos parentes também está Marly Pelícia Munhoz, enfermeira e chefe das agentes comunitárias na UBS (Unida Básica de Saúde), também prima do prefeito. Outro primo de Aidan, de prenome Tito, é assessor do prefeito no Gabinete, contratado até 31 de março pelo Instituto Carvalho, ONG (Organização Não-Governamental) que atuava na Prefeitura desde 2009, mas teve o contrato cancelado, após denúncias do vereador Tiago Nogueira (PT).

O Ministério Público apura suspeita de que R$ 2,6 milhões em notas fiscais apresentadas pela ONG referem-se a serviços não justificados e em desacordo ao objeto do contrato.

Prefeito diz que lei permite contratação

Para o prefeito Aidan Ravin, não há problemas na contratação de seus familiares. Aidan disse que antes de empregá-los consultou a legislação para saber se os casos não se enquadrariam em nepotismo. “Consultamos a legislação e, como não são primos diretos, ou seja, não são filhos de irmãos de meu pai, não tem problema. Então, a gente não tem esse problema”, disse.

Ao ser questionado sobre o critério que utilizou para contratar, o prefeito afirmou que foi com base na confiança. “Contratamos com base em uma simples situação: a confiança. Se você convive mais com uma pessoa, você confia mais nela. E a gente não teve surpresa ruim com esse tipo de trabalho”, disse.

Aidan acrescentou que seus parentes têm desempenhado um bom trabalho. “Ninguém deixa de trabalhar. Todo mundo faz seu trabalho direitinho, então, está tudo certo”, disse.

O prefeito se defende ao dizer que não contrata só parente. “Na verdade, não contratamos só familiares. Senão, a Prefeitura estaria vazia, porque minha família é pequena e não daria”, concluiu.

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