Sem apresentar provas, o advogado citou pelo menos três empresas envolvidas em suposto esquema de extorsão: Sonda, Brookfield Construtora e Emparsanco. “O prefeito ganha 10% do contrato guarda-chuva que a Emparsanco tem com o Semasa. São R$ 500 mil por mês de um contrato de R$ 5 milhões”, disse.
Quanto à Brookfield, que constrói a Cidade Pirelli (shopping e imóveis residencias e comerciais) diz que a propina teria sido de R$ 5 milhões e o valor teria sido rateado entre os que denomina de “membros da quadrilha”, citando os nomes de Aidan, os ex-diretores de Gestão Ambiental Roberto Tokuzumi e Jarbas Zuri, o ex-homem forte de Aidan Nilson Bonome, o secretário de Habitação da Prefeitura, Frederico Muraro, e o secretário de Obras e Serviços Públicos, Alberto Casalinho.
Calixto disse que Bonome "negociava" com os empresários antes romper com Aidan. “Depois do rompimento, o prefeito assumiu esse papel de negociar diretamente com as empresas”, disse. De acordo com o advogado, a propina também envolve imóveis luxuosos em Santo André e São Paulo.
Ameaça de morte – Ao ser questionado sobre provas, o advogado afirmou que as apresentará no momento oportuno, principalmente porque tem sofrido ameaças de morte tanto por telefone quanto por carta anônima. “Falam que eu vou para o caixão se continuar abrindo minha boca”.
Honorários – Calixto afirmou ter sido convidado pelo prefeito para dar expediente no Semasa, mesmo sem ser funcionário, em setembro do ano passado, e que o contrato com Aidan foi verbal. “Seriam R$ 100 mil por mês de honorários advocatícios, mas nunca recebi nada. A dívida somou R$ 800 mil”.
De acordo com o advogado, os encontros com o prefeito aconteceram em estabelecimentos comercais: Restaurante Questo, Padaria Brasileira e Restaurante Feijão de Corda. “É só solicitar as filmagens”, afirmou.
Pavin – O advogado inocentou o superintendente do Semasa, Angelo Pavin. “O Pavin é um laranja. Ele só ajudou o Aidan e sua família a vida toda e agora passa por isso”, disse. Calixto afirmou que Pavin continua tendo a mesma vida que levava antes de assumir o comando da autarquia, inclusive com atendimentos no seu consultório médico. “O Pavin continua atendendo entre 40 e 50 pacientes por dia em São Caetano”, disse.
Calixto acredita que Pavin é “vítima” nessa história. “O Pavin foi professor do Aidan, cuidou de seus pais, ajudou Aidan financeiramente a se formar médico e até ajudou a cuidar dos dentes de Aidan antes da campanha para prefeito em 2008, porque não tinha dinheiro”, afirmou.
Dovilio Ferrari Filho, superintendente- adjunto do Semasa, também foi inocentado por Calixto de fazer parte de um suposto esquema . “O Dovilio é um funcionário de carreira do município”, afirmou.
Ganância - Para o advogado, o prefeito passou a ter muita “ganância” por dinheiro quando assumiu como prefeito. Ele disse que ajudou o prefeito no primeiro turno ao levar empresários para apoiá-lo na campanha. Quando começou a crise entre o prefeito e Bonome, foi convidado a analisar os contratos do Semasa.
“Comecei a segurar os processos para analisar. Depois de um tempo o prefeito, os secretários Frederico Muraro e Casalinho começaram a ligar para saber por que alguns processos estavam parados. Foi então que comecei a perceber que havia alguma coisa errada”, disse o advogado ao negar ter participado do esquema de extorsão. “Sou profissional liberal há 30 anos e tenho escritório no mesmo lugar”, disse.
Roubo da mala - Sobre o secretário Casalinho, Calixto acrescentou que naquele roubo da mala no estacionamento da SOSP, em 13 de junho de 2011, quando o dono da Construtora São José, Alberto Jorge Filho, foi conversar com o secretário para "desembaraçar" um projeto de contrapartida havia R$ 300 mil na valise e não R$ 70 mil como foi dencunciado.
Entrevista – Durante entrevista coletiva, o assessor de imprensa do prefeito, José Nabor Júnior, foi até o escritório de Calixto. O fato deixou o advogado muito irritado. Para ele, foi uma afronta vindo da parte do prefeito. “Vai embora, bandido”, gritou o advogado pelo interfone.
O autor das denúncias sobre corrupção na Polícia Civil foi o ex-diretor de Gestão Ambiental foi Roberto Tokuzumi, mas Calixto afirma que ele só tomou a atitude, porque foi tirado do “esquema” e que ele também teria se enriquecido ilicitamente. Tokuzumi não foi localizado para se posicionar.
Jarbas Zuri tem dito que processará Calixto por calúnia e apontou contradição no depoimento já que ficou no Semasa até abril de 2011 e o esquema teria in iniciado em novembro de 2011, conforme os depoimentos.
Bonome também tem negado as acusações. Para ele, as denúncias não têm fundamento e diz que nunca teve influência no Semasa, que tem seu superintendente e seus diretores para fazer a administração. Até o fechamento desta reportagem, a Prefeitura não havia se posicionado sobre o assunto.
Os diretores das empresas citadas não foram localizados para se posiconarem sobre as acusações do advogado.
Por: Gislayne Jacinto do Jornal ABCD Maior
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