quarta-feira, 18 de abril de 2012

Prefeito Aidan Ravin negocia diratamente propina, afirma Calixto

Calixto faz novas acusações contra prefeito e secretários. Foto: Luciano Vicioni
Calixto faz novas acusações contra prefeito e secretários. Foto: Luciano Vicioni
Calixto acusa prefeito de Sto.André de receber R$ 500 mil por mês da Emparsanco e de ficar com parte de contratos da Prefeitura



O advogado Calixto Antônio Júnior, apontado como mentor de um suposto esquema de extorsão que teria sido montado em novembro de 2011 no Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), nesta terça-feira à noite (17/04), durante entrevista coletiva à imprensa, fez mais acusações contra o prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB).


 Na semana passada, o advogado em depoimento à CPI que investiga a denúncia, já havia acusadoprefeito de participar de “uma quadrilha” de corrupção no município.
Durante uma hora e meia, o advogado acusou o prefeito de negociar propinas diretamente com alguns empresários com negócios na cidade. Além de depor na Polícia nesta quinta-feira (19/04), o advogado quer acareação com o prefeito e já protocolou pedido na Câmara nesta terça-feira (17/04).

Sem apresentar provas, o advogado citou pelo menos três empresas envolvidas em suposto esquema de extorsão: Sonda, Brookfield Construtora e Emparsanco. “O prefeito ganha 10% do contrato guarda-chuva que a Emparsanco tem com o Semasa. São R$ 500 mil por mês de um contrato de R$ 5 milhões”, disse.
Quanto à Brookfield, que constrói a Cidade Pirelli (shopping e imóveis residencias e comerciais) diz que a propina teria sido de R$ 5 milhões e o valor teria sido rateado entre os que denomina de “membros da quadrilha”, citando os nomes de Aidan, os ex-diretores de Gestão Ambiental Roberto Tokuzumi e Jarbas Zuri, o ex-homem forte de Aidan Nilson Bonome, o secretário de Habitação da Prefeitura, Frederico Muraro, e o secretário de Obras e Serviços Públicos, Alberto Casalinho.
Calixto disse que Bonome "negociava" com os empresários antes romper com Aidan. “Depois do rompimento, o prefeito assumiu esse papel de negociar diretamente com as empresas”, disse. De acordo com o advogado, a propina também envolve imóveis luxuosos em Santo André e São Paulo.
Ameaça de morte – Ao ser questionado sobre provas, o advogado afirmou que as apresentará no momento oportuno, principalmente porque tem sofrido ameaças de morte tanto por telefone quanto por carta anônima. “Falam que eu vou para o caixão se continuar abrindo minha boca”.
Honorários – Calixto afirmou ter sido convidado pelo prefeito para dar expediente no Semasa, mesmo sem ser funcionário, em setembro do ano passado, e que o contrato com Aidan foi verbal. “Seriam R$ 100 mil  por mês de honorários advocatícios, mas nunca recebi nada. A dívida somou R$ 800 mil”.
De acordo com o advogado, os encontros com o prefeito aconteceram em estabelecimentos comercais: Restaurante Questo, Padaria Brasileira e Restaurante Feijão de Corda. “É só solicitar as filmagens”, afirmou.
Pavin – O advogado inocentou o superintendente do Semasa, Angelo Pavin. “O Pavin é um laranja.  Ele só ajudou o Aidan e sua família a vida toda e agora passa por isso”, disse. Calixto afirmou que Pavin continua tendo a mesma vida que levava antes de assumir o comando da autarquia, inclusive com atendimentos no seu consultório médico.  “O Pavin continua atendendo entre 40 e 50 pacientes por dia em São Caetano”, disse.
Calixto acredita que Pavin é “vítima” nessa história. “O Pavin foi professor do Aidan, cuidou de seus pais, ajudou Aidan financeiramente a se formar médico e até ajudou a cuidar dos dentes de Aidan antes da campanha para prefeito em 2008, porque não tinha dinheiro”, afirmou.
Dovilio Ferrari Filho, superintendente- adjunto do Semasa, também foi inocentado por Calixto de fazer parte de um suposto esquema . “O Dovilio é um funcionário de carreira do município”, afirmou.
Ganância - Para o advogado, o prefeito passou a ter muita “ganância” por dinheiro quando assumiu como prefeito. Ele disse que ajudou o prefeito no primeiro turno ao levar empresários para apoiá-lo na campanha. Quando começou a crise entre o prefeito e Bonome, foi convidado a analisar os contratos do Semasa.
“Comecei a segurar os processos para analisar. Depois de um tempo o prefeito, os secretários Frederico Muraro e Casalinho começaram a ligar para saber por que alguns processos estavam parados. Foi então que comecei a perceber que havia alguma coisa errada”, disse o advogado ao negar ter participado do esquema de extorsão. “Sou profissional liberal há 30 anos e tenho escritório no mesmo lugar”, disse.
Roubo da mala - Sobre o secretário Casalinho, Calixto acrescentou que naquele roubo da mala no estacionamento da SOSP, em 13 de junho de 2011,  quando o dono da Construtora São José, Alberto Jorge Filho, foi conversar com o secretário para "desembaraçar" um projeto de contrapartida havia R$ 300 mil na valise e não R$ 70 mil como foi dencunciado.
Entrevista – Durante entrevista coletiva, o assessor de imprensa do prefeito, José Nabor Júnior, foi até o escritório de Calixto. O fato deixou o advogado muito irritado. Para ele, foi uma afronta vindo da parte do prefeito. “Vai embora, bandido”, gritou o advogado pelo interfone.
O autor das denúncias sobre corrupção na Polícia Civil foi o ex-diretor de Gestão Ambiental foi Roberto Tokuzumi, mas Calixto afirma que ele só tomou a atitude, porque foi tirado do “esquema” e que ele também teria se enriquecido ilicitamente. Tokuzumi não foi localizado para se posicionar.
Jarbas Zuri tem dito que processará Calixto por calúnia e apontou contradição no depoimento já que ficou no Semasa até abril de 2011 e o esquema teria in iniciado em novembro de 2011, conforme os depoimentos.
Bonome também tem negado as acusações. Para ele, as denúncias não têm fundamento e diz que nunca teve influência no Semasa, que tem seu superintendente e seus diretores para fazer a administração. Até o fechamento desta reportagem, a Prefeitura não havia se posicionado sobre o assunto.
Os diretores das empresas citadas não foram localizados para se posiconarem sobre as acusações do advogado.

Por: Gislayne Jacinto do Jornal ABCD Maior

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