terça-feira, 30 de agosto de 2011

Na degola Casalinho muda versão sobre roubo da mala

O RO (Registro de Ocorrência), realizado pela Guarda Civil Municipal, desmente o secretário de Obras e Serviços Públicos de Santo André, Alberto Casalinho. Em entrevista ao Diário, ele afirmou que a Pasta estava alheia ao episódio do roubo à mala do condutor de um Audi A3, dia 13 de junho, no estacionamento do prédio onde está instalada a secretaria.

O documento nº 3604/11, assinado pelo GCM Vilmar de Souza, comprova que Casalinho acompanhou toda a ocorrência, bem diferente do que declarou em julho, quando garantiu que não sabia quem era o motorista, se houve boletim de ocorrência, se o condutor iria mesmo até à Sosp e, em nenhum momento, comentou ter descido ao local do assalto, nas dependências do Multipark.
Segundo o documento, a vítima informou ter sido abordada por dois indivíduos que roubaram, às 10h45, uma mala contendo pertences, bem como valor em dinheiro. Um funcionário do estacionamento, que não quis se identificar, alegou que na mala continha R$ 70 mil. Outra informação relatada no RO diz que a vítima manifestou o desejo de não fazer BO na polícia. Ofício enviado ao Ministério Público confirma que não houve boletim.

A vítima era o empresário Alberto Jorge Filho, dono da construtora São José. A empresa está envolvida em empreendimento residencial e comercial Jardim Park House, na Avenida Industrial, 780. A obra está irregular em Santo André, sem alvará de construção. Inclusive, a administração aplicou multa às empresas que atuam no local.

O advogado Roberto Delmanto Júnior, especialista em Direito Criminal, foi contratado para auxiliar Jorge no caso. Procurado, Delmanto não retornou aos contatos. O depoimento do construtor que estava marcado para dia 1º foi adiado por uma semana, a pedido do advogado. Sendo assim, os GCMs Vilmar e José Paulo Costa, que também acompanhou a ocorrência, serão ouvidos na quinta-feira.

Casalinho não quis comentar os novos fatos levantados pela 1ª Promotoria de Justiça Criminal. Limitou-se a se pronunciar por nota, em que diz manter a mesma posição: no momento do assalto, o titular da Pasta estava em reunião no seu gabinete. Quando informado, desceu até a garagem e orientou o GCM a registrar ocorrência. Além disso, ressaltou que na ocasião não sabia quem era o condutor do Audi. Casalinho havia afirmado que não sabia o que havia acontecido e que nada faria, pois o poder público não havia sido prejudicado em nada. Mas o RO, que só apareceu agora, consta que foi ele que pediu para registrar o fato.

Para o vereador Tiago Nogueira (PT), o RO trouxe informações que retratam a contradição do secretário, aliado ao episódio de correlação à obra irregular na cidade. "A situação está se tornando insustentável. Não é papel de agente público encobrir episódio dessa natureza."

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