terça-feira, 6 de março de 2012

Aidan diz desconhecer esquema de propina no Semasa

O prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB), afirmou que desconhecia o suposto esquema de extorsão montado no sexto andar do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), sob análise do Ministério Público. O sistema de cobrança de propina para liberação de licença ambiental, segundo o petebista, nunca foi relatado no Paço. "Fomos (governo) informados pelo jornal que houve a denúncia", afiançou Aidan.

O diretor de Gestão Ambiental da autarquia, Roberto Tokuzumi, que confirma o esquema, contradiz as declarações do chefe do Executivo. Ele garante que Aidan foi avisado do que vinha acontecendo no Semasa. "Eu o avisei no fim do ano passado, no seu gabinete. Na ocasião, o prefeito me pediu paciência e disse que resolveria o problema. Desde então, estou aguardando providências." Tokuzumi é responsável pela última assinatura antes da chegada do documento à mesa do superintendente adjunto, Dovilio Ferrari Filho.
O diretor relatou a existência da fraude desde o segundo semestre de 2011, mas negou-se a participar do ‘jogo'.

Aidan sustentou, ontem pela manhã, que, por falta de informações sobre o caso, enviou o secretário de Assuntos Jurídicos da Prefeitura, Niljanil Brasil, ao Fórum para "analisar o que realmente foi denunciado e se há fundamento". O prefeito assegurou que, se tivesse sido informado, "imediatamente teria tomado uma atitude". "Nós ainda não fomos informados (por ofício) pelo MP."

Mesmo diante das denúncias, o petebista alega que, neste momento, a Prefeitura não irá tomar nenhuma medida quanto a exonerar os envolvidos por ausência de documentos que comprovem a irregularidade. "Ninguém me mostrou a prova, se tiver alguma a gente (administração) toma a decisão."

CONFIANÇA

O petebista afirmou que o superintendente do Semasa, Ângelo Pavin, o qual, segundo a denúncia, aguarda pagamento de ‘taxa', para conceder a última assinatura às licenças ambientais, continua gozando de sua confiança. "Na lei, quem denuncia tem de mostrar as provas."

Ontem, Pavin instaurou sindicância interna para apuração de "eventual responsabilidade decorrente das denúncias" publicadas pelo Diário, em que ele mesmo é um dos acusados. Por outro lado, abriu também procedimento administrativo para averiguar suposta responsabilidade pela ausência de pareceres em processos ambientais.

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC

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