domingo, 23 de outubro de 2011

Andreenses abondonados por Aidan pedem aumento do aluguel-social

Moradores se reúnem para falar sobre habitação.
Foto: Luciano Vicioni
 Moradores também criticam forma de remoção de famílias de terrenos pertencentes ao Estado

Os munícipes de Santo André começaram a se mobilizar neste sábado (22/10) em busca de soluções para os problemas habitacionais da cidade. Mais de 100 moradores estiveram presentes a uma reunião na Paróquia São Geraldo, na Vila Guaraciaba, para discutir a retirada de famílias de áreas pertencentes ao Estado e consideradas de risco.


Uma das reclamações mais constantes é referente ao valor do chamado aluguel social, benefício destinado aos moradores removidos. Hoje esta quantia é de R$ 380, montante insuficiente para que um cidadão alugue um imóvel. “Muita gente, com este valor, não consegue alugar uma casa. Fizemos um representação junto à Prefeitura para aumentarmos para R$ 550”, destaca o vereador Tiago Nogueira (PT). Cerca de 1700 famílias recebem a quantia atualmente.

Já Eduardo Leite, presidente da comissão de direitos humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Santo André, denuncia que a administração municipal exige dos moradores um fiador para a aprovação do contrato de aluguel. “Não existe razão para a Prefeitura exigir um fiador, pois não é ela que está alugando. Eles estão interferindo para forçar as pessoas a utilizarem o seguro-fiança de uma determinada empresa”, dispara Leite.

Outra situação delicada ocorre no Jardim Santo André, onde, no dia 20 de setembro, houve a remoção de moradores por parte da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano). No local há cerca de cinco mil famílias em terrenos estaduais. “Nunca vi momentos de tamanha falta de humanidade. Se a comunidade não estiver unida, mais arbitrariedades irão acontecer”, completa o representante da OAB.

Nogueira pretende questionar ainda os valores recebidos pela CDHU para a construção de casas populares. A entidade teria recebido R$ 200 milhões do Governo do Estado e R$ 200 milhões do Governo Federal. “Queremos levar o problema para o Governo Federal para paralisar esta onda de despejos, pois não adianta tirar as pessoas e não ter onde colocá-las. Se ficarmos quietos, eles vão demorar 10 anos para resolver esta situação”, ressalta. “Existem áreas onde não há necessidade de despejo imediato, não há risco de deslizamento”, complementa.

O vereador andreense quer dialogar com o Estado para levar os questionamentos da população até a CDHU. Convidadas para participarem do encontro, a Prefeitura e CDHU não enviaram representantes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário