Aliados de Aidan querem enterrar CPI dos Palhaços

Membros da CPI receberam nesta segunda cópia de relatório do secretário de Cultura, Edson Salvo. Foto: Luciano Vicioni

Sem analisar licitação, contrato e pagamentos, relator se diz satisfeito com explicação do governo

A CPI dos Palhaços, instaurada na Câmara de Santo André para investigar a contratação, sem licitação, da empresa Produz Eventos, nasceu praticamente morta.  Durante primeira reunião realizada nesta segunda-feira (10/10), os aliados do prefeito Aidan Ravin (PTB) sinalizaram indisposição em apurar os fatos, como suposto superfaturamento na contratação de palhaços e artistas.
Antes mesmo de analisar documentos, como contratos e pagamentos, o relator da CPI, vereador Gilberto do Primavera (PTB), se diz “contemplado” com as primeiras explicações enviadas pelo governo à CPI. “Conversei com o secretário (Edson Salvo - Cultura) e ele me deu explicações. O relatório também traz esclarecimento às dúvidas levantadas até então. Isso me contemplou”, afirmou.

O presidente da CPI, Marcos da Farmácia (PSDB), que, na semana passada, declarou que iria pedir processos, contratos e filmagens referentes à Produz, não o fez. “O secretário mandou o que pedimos (o relatório)”, disse o tucano ao tentar se justificar.
Marcos da Farmácia sequer tinha convocado funcionários para assessorar a primeira reunião de trabalho da CPI. Durante a reunião, que iniciou às 16h, o presidente da comissão se ausentou por alguns minutos e voltou com uma funcionária, a taquígrafa Adriana Montealto. Ela ficou responsável por anotar alguns dados porque a servidora que costuma auxiliar os trabalhos dessa natureza tinha encerrado o expediente. Por conta disso, a ata e o ofício requerendo os documentos da Prefeitura só poderão ser elaborados nesta terça-feira (11/10).
O vereador Evilásio Santana (DEM), o Bahia, também chegou a brincar com a questão da CPI, falando para o vereador da oposição Tiago Nogueira (PT) para acabar logo com as investigações para que possam pedir votos por conta do ano eleitoral que se aproxima. “Já perdi uns 30 votos ficando aqui nesta reunião”, ironizou o democrata.
O vereador governista Sargento Geraldo Juliano (PMDB) não apareceu na reunião e sequer enviou justificativa da ausência.
Tiago Nogueira disse que, apesar do interesse dos vereadores governistas de enterrar a CPI, vai analisar os processos da Produz para saber o fluxo de pagamento. “De 2010 áté agora, a Produz já recebeu R$ 1 milhão da Prefeitura e acho que houve superfaturamento em alguns pagamentos. Além disso, a empresa foi contratada sem licitação, por notória especialização, para a apresentação de palhaços”, disse Tiago, ao afirmar que, se for necessário, recorrerá ao Ministério Público e à Polícia Federal para auxiliar nas investigações. 

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