quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Abandonado pelo governo Aidan, Bruno Daniel sofre com reformas paradas

O Estádio Bruno Daniel, em Santo André, foi abandonado pela Prefeitura. A única movimentação são dos jogadores do Ramalhão, que agora dão volta ao redor do gramado no retorno das férias. De resto, o cenário no local é de destruição. A marquise que cobria o setor de cadeiras foi derrubada e o entulho não foi totalmente retirado.

As promessas feitas em público pelo prefeito Aidan Ravin (PTB) em maio não foram cumpridas e ninguém na administração municipal fala sobre os próximos passos da reforma.
Além de finalizar a limpeza do entulho que permanece no local, será necessário reconstruir alguns dos degraus da arquibancada, danificados durante a demolição da marquise. Também será preciso reconstruir os banheiros, as lanchonetes e recolocar as cadeiras.

O prazo inicial dado pela Prefeitura era agosto. Depois foi prorrogado para setembro e agora, em novembro, nada mudou.

As máquinas que faziam o trabalho de demolição da marquise sumiram, deixando a impressão de abandono no local, revoltando os torcedores que esperavam um pouco mais de respeito ao estádio, um dos mais importantes do Estado fora da Capital.

Procurada insistentemente pelo Diário nos últimos dias, a Prefeitura não retornou. A Secretaria de Obras e Serviços Públicos, responsável pela reforma, parece não se incomodar com a situação e trata com desleixo o assunto, deixando claro que o Brunão não está nas prioridades da administração municipal.

Curioso é que a Prefeitura recebeu no início de setembro liberação de R$ 4 milhões referentes ao superavit obtido no ano passado e iria utilizar parte desse valor para custear as obras.

Na ocasião, o secretário de Orçamento e Planejamento, Arnaldo Pereira, garantiu que iria disponibilizar cerca de R$ 3,5 milhões para a Secretária de Obras no intuito de que eles pudessem finalizar a primeira parte da reforma no Bruno Daniel, mas até agora não há sinal do uso do dinheiro.

Além das obras cruciais, estavam no planejamento da Prefeitura, anunciado por Aidan, em maio, a segunda etapa da reforma, que prevê construção de vestiários atrás dos gols e no nível do campo, obras para conter as enchentes, criação de setor administrativo e reformar o setor da imprensa. Tudo, porém, não saiu do papel.



Sem iluminação, Santo André só joga em casa à tarde



Sem iluminação, já que as torres eram sustentadas pela antiga marquise, o Bruno Daniel agora faz parte de pequena lista de estádios paulistanos que não possuem iluminação artificial. Assim, a Federação Paulista terá de quebrar a cabeça para montar a tabela da Série A-2 de forma que os jogos do Santo André em casa sejam realizados sempre na parte da tarde, com início às 15h.

Quem será prejudicado com isso é o torcedor, afinal, são poucos os que conseguem comparecer aos confrontos no período vespertino em dia útil. O time também sofrerá, já que seguramente disputará jogos em casa com arquibancadas vazias, com aconteceu recentemente na Série C, na qual o time se livrou do rebaixamento graças ao STJD.

Outro ponto importante é em relação aos laudos que atestam a segurança do local. Recheado de entulho por todas as partes, o Bruno Daniel terá dificuldade para ser liberado pela Polícia Militar, já que pedras e ferros podem se tornar armas nas mãos dos torcedores.

Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC

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