quarta-feira, 9 de maio de 2012

Diretor de autarquia envolve prefeito Aidan Ravin em denúncia de corrupção

O diretor financeiro do Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André (Semasa), Nelson de Freitas, confirmou nesta quarta-feira, 9, à CPI instalada na Câmara Municipal para apurar denúncias de venda de licenças ambientais no órgão, que recebeu ordens diretas do prefeito Aidan Ravin (PTB) para que todos os pagamentos do Semasa ficassem a cargo do advogado Calixto Antonio Jr., tido como suposto operador do esquema.

Aidan, aliado do governador Geraldo Alckmin (PSDB), nega que tenha feito tal pedido e afirma que não tem relação pessoal ou profissional com Calixto, mas o depoimento piora a situação do chefe do executivo municipal e pode mergulhar o Paço de Santo André na pior crise da história da cidade.

Segundo apurado com vereadores membros da CPI, Freitas afirmou que recebeu uma ligação do prefeito em 9 de novembro de 2011 determinando que os pagamentos do órgão fossem liberados por Calixto, e dois dias depois recebeu o mesmo pedido do assessor de gabinete do prefeito, Antonio Feijó. O diretor financeiro também confirmou a autoria do memorando interno da Semasa que formalizou a ordem, obtido pelo estadão.com.br e primeira prova da atuação de Calixto no órgão, e colocou seu sigilo telefônico à disposição da CPI para confirmar as ligações.

Freitas - que participou da campanha eleitoral de Aidan em 2008 - também disse que recebia ligações frequentes do prefeito para liberar ou segurar determinados pagamentos do órgão, mas a prática teria cessado após a chegada de Calixto, que nunca foi funcionário do Semasa, mas dava expediente diariamente em uma sala no órgão ao lado da sala do superintendente Ângelo Pavin.

Calixto admitiu na CPI que trabalhava na autarquia a pedido do próprio prefeito e confirmou o esquema de extorsão de empresas, mediante propinas de até R$ 300 mil por licença ambiental, mas negou ter recebido recursos provenientes da fraude. Para a imprensa, ele disse que foi contratado pelo prefeito, a honorários mensais de R$ 100 mil, para ser uma espécie de auditor no órgão. Em depoimento ao Ministério Público nesta terça-feira, 8, Calixto afirmou ainda que recebeu R$ 200 mil do prefeito há duas semanas a título de honorários devidos. Por escrito, Aidan negou a informação e disse que processará Calixto por falso testemunho.

Também nesta terça, o Ministério Público de Santo André enviou o inquérito para a Procuradoria-Geral de Justiça do Estado. O órgão é responsável por investigar denúncias contra prefeitos em função do foro privilegiado.

Com informações do Estadão

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