domingo, 2 de setembro de 2012

Polícia Federal investiga 'Máfia dos Uniformes' no governo Aidan e Aurichio ambos do PTB

Esquema teria sido orquestrado para provocar superfaturamento em compra de kits escolares nas duas cidades da Região 

As cidades de Santo André e São Caetano, acusadas de integrar a “Máfia dos Uniformes” durante as gestões de Aidan Ravin (PTB) e José Auricchio Júnior (PTB), respectivamente, mantiveram contratos para a entrega de kits escolares com a Diana Paolucci, uma das três empresas que teriam orquestrado esquema de superfaturamento na compra de uniformes no Estado de São Paulo. A denúncia foi publicada pela revista Isto É. De acordo com a reportagem, a máfia comprava produtos de baixa qualidade a preços maiores dos que os contratados por outras Prefeituras. A Diana Paolucci é investigada pela Polícia Federal.

Em Santo André, além do atraso, a Prefeitura repassou aos alunos, em 2011, tênis com um erro: no lugar do brasão da cidade, vieram com o símbolo do Esporte Clube Santo André. O contrato entre a Prefeitura e a empresa Diana Paolucci, firmado por Aidan, foi de R$ 9 milhões. Somente a compra dos 34 mil pares de tênis custou aos cofres públicos mais de R$ 1 milhão. 


A assessoria de imprensa da Prefeitura foi procurada, mas não retornou. Também não respondeu quem arcou com os prejuízos, já que os alunos receberam novos tênis após a constatação de que o brasão da cidade estava errado. Ou seja, os 34 mil pares de tênis tiveram de ser refeitos.

Já em São Caetano, os alunos chegaram a ir com trajes improvisados à escola devido ao atraso da entrega dos uniformes, em 2009, justamente quando a Diana Paolucci foi contratada. Como aponta reportagem do ABCD MAIOR publicada em abril de 2009, pais e alunos reclamavam do atraso. “Temos de gastar nosso dinheiro para uniformizar as crianças. Caso contrário, terão de ir à escola com roupas apertadas”, disse, à época, a mãe Viviane Maria Andrade.

O contrato firmado por Auricchio foi questionado pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado). Da licitação que escolheu a Diana Paolucci, também participaram as outras duas empresas acusadas de integrar a máfia: Mercosul Comercial e Capricórnio. De acordo com questionamento, que até hoje ainda não foi integralmente respondido pela Prefeitura de São Caetano, o processo licitatório continha “falhas e impropriedades capazes de inviabilizar o procedimento”. Entre as “falhas”, está a ausência de amostras dos kits.

Em nota, a assessoria de imprensa da Prefeitura de São Caetano afirma que “não teve conhecimento de quaisquer atos ilícitos na licitação” que, de acordo com a Administração, contou com outras 15 empresas. O governo Auricchio ainda disse que o contrato com a empresa Diana Paolucci se encerrou em fevereiro. “Os contratos e atas para fornecimento de uniformes, em razão do valor da contratação, obrigatoriamente são remetidos ao TCE, e são analisados pelo Órgão. Assim, as licitações  para entrega de uniformes de 2009 e 2010, pendem de decisão”, completa a nota.
São PauloA denúncia publicada pela Isto É se baseia em depoimento de Djalma S. Silva, empresário de 42 anos, natural de Pindamonhangaba, ex-diretor-comercial da Diana Paolucci. De acordo com Silva, a Máfia estaria preocupada com a queda do candidato à Prefeitura da Capital, José Serra (PSDB), nas pesquisas.
Silva afirma que, caso o tucano seja derrotado, a Máfia correria o risco de perder o “esquema” armado dentro da administração de Gilberto Kassab (PSD), que garante, a três empresas o controle da venda superfaturada de kits. Djalma garante que Santo André e São Caetano também fizeram acordos com a Máfia.

São Caetano tem apreensões
Na terça-feira (28/08), o Gaeco (Grupo de Combate ao Crime Organizado) e a Polícia Militar realizaram operação de busca e apreensão em São Caetano para investigar suposta organização criminosa que burlava licitações de uniformes. De acordo com a investigação, que teve início em Londrina (PR), a empresa G8, com sede em São Caetano – onde foram realizadas as apreensões – superfaturava a compra de kits escolares. Após problemas com a Diana Paolucci, o prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB), contratou a G8 para a entrega de kits escolares aos alunos por R$ 12 milhões. A G8 é acusada, em Londrina, de comprar os uniformes na China.

Por: Julio Gardesani  

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