quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Parceira de Aidan em SCS recebe R$ 40 mil de empresa envolvida com a máfia dos uniformes


 
Regina Maura recebeu da empresa Diana Paolucci a quarta maior doação da campanha. Foto: Rodrigo Pinto
Regina Maura recebeu da empresa Diana Paolucci a quarta maior doação da campanha. Foto: Rodrigo Pinto
 
Doação consta da segunda prestação de contas feita pela candidata ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) 

A candidata a prefeita pelo PTB de São Caetano, Regina Maura Zetone, recebeu R$ 40 mil da Diana Paolucci, uma das três empresas investigadas pela Polícia Federal e que teriam orquestrado esquema de superfaturamento na compra de uniformes no Estado de São Paulo. A denúncia foi publicada no último mês pela revista Isto É. De acordo com a reportagem, a chamada “Máfia dos Uniformes” comprava produtos de baixa qualidade a preços maiores dos que os contratados por outras Prefeituras.

A doação feita à campanha de Regina consta da segunda prestação de contas encaminhada ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral). A Diana Paolucci  foi a quarta empresa que mais doou para a campanha da petebista. Até o momento, Regina Maura arrecadou R$ 320 mil de empresas. Recentemente, a prefeiturável também fez um jantar e conseguiu uma receita de R$ 407,5 mil com 163 convites vendidos a R$ 2,5 mil cada um.


As prefeituras de São Caetano e de Santo André são acusadas de integrar o que a investigação chama de “Máfia dos Uniformes” durante as gestões de José Auricchio Júnior (PTB) e Aidan Ravin (PTB), respectivamente. Ambos fecharam contratos com a Diana Paolucci para a distribuição de kits escolares.

Conforme reportagem da Isto É, a denúncia se baseia em depoimento de Djalma S. Silva, empresário de 42 anos, de Pindamonhangaba, ex-diretor comercial da Diana Paolucci, que teria reafirmado os acordos das duas administrações com o esquema.

Em abril de 2009, o ABCD MAIOR publicou reportagem em que revelou que os alunos de São Caetano foram com trajes improvisados à escola devido ao atraso da entrega dos uniformes, justamente quando a Diana Paolucci foi contratada. Na ocasião, houve muitas reclamações dos pais. O contrato que o prefeito Auricchio firmou com essa empresa foi questionado pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado).

Da licitação que escolheu a Diana Paolucci, também participaram as outras duas empresas acusadas de integrar a máfia: Mercosul Comercial e Capricórnio. Para o TCE, a licitação continha “falhas e impropriedades capazes de inviabilizar o procedimento”. O Tribunal disse ter havido ausência de amostras dos kits.

Em 28 de agosto, o Gaeco (Grupo de Combate ao Crime Organizado) e a Polícia Militar realizaram operação de busca e apreensão em São Caetano para investigar suposta organização criminosa que burlava licitações. De acordo com a investigação, que teve início em Londrina (PR), a empresa G8, com sede em São Caetano – onde foram realizadas as apreensões – superfaturava a compra de kits escolares. Após problemas com a Diana Paolucci, o prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB), contratou a G8 para a entrega de kits escolares aos alunos por R$ 12 milhões. A G8 é acusada, em Londrina, de comprar os uniformes na China.

A Secretaria de Administração e Gestão de São Caetano informou que não se tratou de kits escolares, e sim, do fornecimento de uniformes e que foram “cumpridas todas as exigências e formalidades essenciais à legalidade da contratação”.

Regina Maura foi procurada, mas não respondeu aos questionamentos.

 Oposição quer investigar contrato de Kits escolares de Aidan

 A Câmara de Santo André apresentou requerimento para abrir CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a compra de uniformes escolares feita pelo prefeito Aidan Ravin (PTB). Santo André é uma das cidades acusadas de integrar a “Máfia dos Uniformes” durante a gestão do prefeito Aidan Ravin (PTB), que manteve contrato para a entrega de kits escolares com a Diana Paolucci, uma das três empresas que teriam orquestrado esquema de superfaturamento na compra de uniformes no Estado de São Paulo.

O requerimento foi protocolado nesta terça-feira (18/09), mas a votação só ocorrerá depois das eleições. “Não concordei com o adiamento da votação, pois não podemos fechar os olhos para esse grave escândalo. Os vereadores precisam se conscientizar de que a investigação tem de se iniciar o mais rápido possível”, disse o vereador José Montoro  Filho, o Montorinho (PT).

Em Santo André, além do atraso, a Prefeitura repassou aos alunos, em 2011, tênis com um erro: no lugar do brasão da cidade, o calçado veio com o símbolo do Esporte Clube Santo André.

A Prefeitura informou que notificou a empresa e que os materiais foram substituídos sem prejuízos aos cofres públicos. O contrato entre a Prefeitura e a empresa Diana Paolucci, firmado por Aidan, foi de R$ 9 milhões. Somente a compra dos 34 mil pares de tênis custou aos cofres públicos mais de R$ 1 milhão. De acordo com a Prefeitura, o contrato já venceu e foi aberta outra licitação. A vencedora foi a empresa G8.

O líder do prefeito na Câmara, vereador Ailton Lima (PTB), disse que o requerimento foi adiado por sete sessões por conta das eleições. “Não queremos que a votação seja contaminada pelo calor eleitoral”, disse o petebista.
O vereador Luiz Carlos Pinheiro, o Pinheirinho (DEM), foi quem iniciou a coleta de assinaturas para a CPI. A bancada do PT apoia a investigação.  

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