quarta-feira, 18 de julho de 2012

Torrado deixa coordenação de Aidan


Após desentendimentos na linha de frente, um dos coordenadores de campanha do prefeito Aidan Ravin (PTB) deixou o posto ontem. Ex-secretário de Gabinete e de Desenvolvimento Econômico, Beto Torrado teve outro conflito no grupo governista e deixou o bloco após pouco mais de três meses na dianteira das ações da candidatura. Rusgas já haviam provocado seu desligamento do Paço, em 2010, dando espaço a Nilson Bonome (PMDB), hoje adversário do petebista no pleito.
Segundo a assessoria de Aidan, Torrado saiu do posto por opção pessoal. Como coordenador, ele era responsável pela equipe de rua. Geralmente, executava o discurso de incentivo aos apoiadores de campanha para pedir votos ao prefeito, dando as recomendações do que é possível ou não em relação à legislação eleitoral. Após sua contratação, o ex-secretário era encontrado diariamente nos corredores da Prefeitura.
Após seu retorno ao lado governista, recentemente, o escritório de Torrado, na Avenida Dom Pedro II, sofreu intervenção da Polícia Civil, que investiga suposto crime de pagamento de propina praticado na Prefeitura, que teria se estendido ao Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André). Denúncias de integrantes do próprio governo indicaram que havia arrecadação de dinheiro para caixa de campanha junto a empresários e fornecedores com contrato na cidade.

A Polícia expediu mandado de busca, apreendendo computadores e documentos no local. Após a primeira ação, a corporação autuou para retirar o sistema de monitoramento interno entre outubro a maio na tentativa de averiguar eventuais irregularidades.
No governo, a pressão para a saída de Torrado começou quando assumiu a interlocução entre Executivo e Legislativo. Sem obter sucesso na função, foi substituído por Bonome. Mesmo assim, continuou na administração petebista. Assumiu a Secretaria de Desenvolvimento Econômico antes de pedir exoneração em definitivo para trabalhar nas campanhas eleitorais de Geraldo Alckmin (PSDB) e José Serra (PSDB), em 2010.
À época, inclusive, o prefeito bancou a continuidade de Torrado pela proximidade com entidades do governo da Capital, mantendo prestígio à administração local apesar das críticas dos vereadores de oposição e de alguns da situação. O descontentamento era tamanho que governistas distribuíram torradas durante sessão da Câmara para alfinetar o integrante do primeiro escalão.
Torrado não foi localizado para comentar o assunto.

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