terça-feira, 21 de junho de 2011

Após escândalo, Semasa inicia caça às bruxas

Edinilson se diz supreso com transferência. foto: Amanda Perobelli
Edinilson se diz supreso com transferência. foto: Amanda Perobelli
Funcionários são transferidos para Pranapiacaba; Sindicato diz que é retaliação e organiza protesto

A administração do prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB), começou um processo de caça às bruxas no Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André). Após escândalos sobre denúncias de sexo, drogas e superfaturamento na autarquia, dois funcionários foram transferidos do Departamento de Resíduos Sólidos, alvo de todas as acusações. 


O gerente de coleta José Campos Nery e o agente ambiental Edinilson Ferreira dos Santos foram as primeiras vítimas. Ambos foram mandados para a Vila de Paranapiacaba. 


O Sindiserv (Sindicato dos Servidores Públicos de Santo André) já organiza uma manifestação contra a suposta retaliação aos servidores. A partir da semana que vem, o jornal oficial da categoria denunciará o fato. “Em vez de punir quem pratica ato sexual no Semasa e faz outras coisas erradas, esse governo quer perseguir quem acha que passou a denúncia. Não existem provas e, portanto, caracteriza assédio moral”, afirmou a representante legal da entidade, Fátima de Carvalho. 




O servidor Edinilson disse ter ficado surpreso com sua transferência. Ao ser questionado se a transferência está relacionada aos escândalos no Semasa, o agente ambiental afirmou que “são muitas coincidências”.  Recentemente, Edinilson também se envolveu em problemas com a Administração Aidan Ravin por ser contra a construção de uma unidade da Fundação Casa – antiga Febem –, no bairro Sacadura Cabral. O servidor, inclusive, saiu em carro de som para convocar os moradores a participarem de audiência pública para debater o assunto na Câmara. 


José Campos Nery perdeu o cargo de gerente nesta segunda-feira (20/06) e voltará a exercer a função de fiscal de Saneamento. Ele é concursado e trabalha há oito anos no Semasa. “Fiquei chateado com o fato. Os 13 funcionários do meu setor também ficaram desanimados com o ocorrido e assinaram até um manifesto”, afirmou. 


Nery disse que não tinha conhecimento das denúncias envolvendo prática sexual e uso de drogas dentro do Semasa. “Soube pela imprensa. Fiquei sabendo que estava arrolado como testemunha, mas nunca fui ouvido”, disse. 


Procurado pela reportagem, o Semasa informou que “todas as mudanças administrativas tiveram foco gerencial para aperfeiçoamento do departamento”.


Por: Gislayne Jacinto  (gislayne@abcdmaior.com.br)

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